terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Noturno



Fatalidade !
Pois é isso mesmo que vos digo,
parece um tanto fatídico,
mas é isso sim meu amigo.
A morte é a apoteose da vida,
Como !
o nascimento é a apoteose e a morte é apenas a morte,
bem ! encaro a vida e morte como um teatro,
se vê todos sentados em suas fileiras, ao olhar para a cortina que se abre,
sabes,meu bom amigo.
Ainda lembro de mim,pequeno rebento,
lá correndo pela casa,lá,acolá
estou fugindo do assunto,
absolutamente,
nas fileiras da platéia,
que olham aquele espetáculo,cortina abrindo,
ah ! a historia no inicio, não ha bons , nem maus , ja se sabe mais ou menos o rumo de cada um,
é a incerteza.
Ainda me lembro , do meu primeiro baile , hum ! , tinha 16 anos , não muito mais velho que você hoje,
aqueles olhos castanhos , longa dança e eu me ....
Como !
me desviei da história,
não,quando o espetáculo já tem seus quinze minutos, , já se da conta de quem são as personagens,
caracteres são formados,vilões,ódio,amores,decepção,
a teia começa ter um rumo,
era verão , os pés de mangas cheios de mangas,
manga verde e sal,
Ah ! aquele tempo,
pouco se sabia com o final do verão .....
A primeira dor do personagem,
a mais forte de toda a peça,
coração fica pequeno ,
dor não cabe dentro do peito,
vida se torna vazia e sem sentido.
mas nos 40 minutos do espetáculo,
personagem com muito aprende.
se levantando mais maduro
Depois de ter viajado,
me divertido com os amigos,
e que amigos ! ,
de ter tido vários outros amores,
com diferentes nomes e histórias,
ainda no fundo do meu pensamento,
nada se compara,
aqueles olhos castanhos.
E as pessoas nas fileiras,
se deliciam com prazer,
vivendo o personagem,
rindo,chorando, surpreendendo-se,
pois é esse o espetáculo,
é torcer pelo o que você não pode controlar,
esse personagem se torna completo , vivo , com glórias e derrotas,
como andar em cima de um muro,
equilibrando-se , desequilibrando-se, sem perder a graça,
Mas tudo,tudo mesmo,meu amigo,termina,
chega a hora da cortina fechar,
as pessoas das fileiras levantam silenciosamente,
a cortina se abrindo as personagens ao centro.....
minhas mãos estão velhas,
movimentos lentos,
pensamento longe,
distantes lembrando,
olhos castanhos, baile , manga verde e sal , olhos castanhos.
Os aplausos apoteóticos,
agradecendo pela história,
com o mais alto som,
nada mais justo para aqueles que emocionaram,
dedicaram-se,
ao terminar a peça com um som estridente de palmas,
a recompensa dos atores,
a apoteose da vida,
o fim do espetáculo,
o fim daquele que riu,chorou,desiludiu-se,apaixonou-se,que viveu
por isso e apoteótico,
agora vê ?
A morte é o fim do espetáculo e merece seus aplausos
De JB M Moura

John Lennon - Power to the people

Brisa Fresca



As ventos balançam as folhas das árvores ,
estou cansado de tanto andar ,
meus pés doem de tanto andar ,
por este caminho imensos ,
os ventos trazem minha nova era ,
Nas minhas grandes batalhas ,
quando eu retirei forças inimagináveis ,
andei tão fundo nos dias de mais dor ,
as flores já tiveram cheiro de morte ,
estive em toda parte ,
nos lugares sombrios eu tremi ,
quando marchava para batalhas ,
sentia o sangue correr em minhas veias .
Minha espada de ilusões ,
afiada lutou contra meus tormentos ,
ferindo-me ao mesmo tempo ,
meu sacrifício não foi notado ,
muito menos lembrado ,
andei pelas profundezas ,
me senti guerreiro prisioneiro de você ,
meus pés doem demais .
Por favor desculpe ,
por não ter conseguido te acompanhar ,
os ferimentos doem demais ,
meu sacrifício trouxe para você ,
um outro rei ,
e eu me perdi nos campos de batalhas ,
nas fronteiras do amor e das sombras ,
minhas lutas eternas ,
para ter seu olhar castanho pra mim ,
Meu doce sacrifício por você ,
faria tudo novamente sem pensar ,
travaria as mesmas lutas ,
por seu doce olhar ,
hoje os ventos que sacodem as árvores ,
me trazem para um novo caminho ,
com brisa fresca e vento ,
mas ainda espero encontrar seu olhar ,
mesmo que volte para as minhas batalhas sombrias .
De JB M Moura

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Repentina tranqüilidade



Tranqüilidade !
Brisa fresca,
passos lentos,
mas tudo continua se movendo,
mesmo contra a vontade,
As pessoas se tornam refrescantes como a brisa,
um momento em que o tempo perde seu sentindo,
nem mesmo pensamentos agitados conturbam este estado,
onde presenças não alegram e nem entristecem.
Até quando vai durar este estado estático,
de não sentir nada com essência de tranqüilidade,
sentimento de nada esperar,
apenas existir,
de abalar e não ser abalado,
apenas estar, enxergar,
observar o mundo caminhar,
sem me opor,
apenas com a brisa flertar,
até este sublime momento terminar,
e deste transe enfim acordar.
De JB M Moura

domingo, 11 de janeiro de 2009

Sinais no labirinto




Pequena passagem pelo mundo luminoso,
ser arremessado aos pedaços ao velho percurso,
o que neste mundo é o certo a se fazer,
caminhos, caminhos tão estreitos e prudentes,
como andar no fio da navalha constantemente,
viver com medo e incerteza nesta pequena existência,
O perder do coração e o marmorizar da alma,
são comuns em meus dias,
tentar sentir as palavras que não podem ser ditas,
flagrar um pensamento que não pode ser lido,
o não dizer, é o dizer tudo,
não ter certeza é a absoluta certeza,
a única certeza nesta curta existência,
é a passagem por este complicado labirinto,
que é perda de tempo enorme tentar decifrar tantos sinais.
De J B M Moura