sexta-feira, 25 de julho de 2008

Galhos retorcidos



Sento-me e olho a aurora do dia,
mas os galhos das árvores me atrapalham a contemplar o todo,
os primeiros raios enfim se revelam,
mas os galhos se retorcem e dizem,
Vais-te !
_ Para onde pergunto ?E os galhos se retorcem mais ainda e dizem: Vais-te!
Irei para onde se tudo que tenho semeei aqui , não tenho onde ir .
Os galhos balançam como no meio de uma tormenta , no entanto não a vento , nem uma brisa e me dizem em um tom maior :
_ Vais-te !
_ Inflama-te comigo , dizeis algo que não compreendo , pois só gostaria de ver a aurora que por sinal me atrapalha-te e tudo o que tens a dizer é vais-te ?
Os galhos se retorcem em um tom irônico e sarcástico logo respondem :
_ Quando digo vais-te , digo para não se perder no meio dos rostos do cotidiano , olhas bem o que vos cerca , que a outros lugares , outros mundos e que sempre tentais ver a aurora ,atribuindo a mim a culpa de não vela, mas és tu , quando só o que devias fazer era mudar de posição , quando digo vais-te digo para buscares novas auroras pois busca-las apenas de um ponto e que mau acompanhara sua imensidão.
_ Então vais-te a procura de novas auroras.
Meus olhos se encheram de lagrimas percebi o quanto tolo fui , não eram os galhos que me impediam de ver a aurora e sim eu mesmo , pois o que tinha a fazer era mudar de lugar.
Agora eu me pergunto , o que eu fiz toda minha vida , de não tentar vela de outros lugares .
De JB M Moura

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